terça-feira, 25 de maio de 2010

R$ 2

Hoje passei num mercado na asa sul, pra comer uma pamonha...

Quando estava na fila, veio um mendigo (já senhor, carregando alguns trapos e mal vestido), entregou à moça que estava à minha frente uma embalagem com um salgado, que custava apenas 2 reais, e pediu:
-Compra aí pra mim?! - Pareceu até meio rude, mas bem compreensível, pois talvez o faltasse instrução para ser mais educado, e além disso estava claro o desespero, a inquietude, a fome em seu rosto que evidentemente não deram espaço para uma "palavra mágica". Ele não agia normalmente, não se via tanta sanidade, a vida o causou seqüelas... 
-O que? Eu não vou comprar nada não! Não tenho dinheiro não! - Retrucou a moça. Logo em seguida, tentando esconder, tirou uma nota de 10 reais e pagou uma latinha de refrigerante.

Bem, minha opinião:
A moça era aquele tipo de pessoa que olha apenas pro seu próprio umbigo. Aquela que se deixa levar por preconceitos impostos pela sociedade e acredita que talvez o mendigo vá roubá-la: sua discriminação e seu medo ignoraram completamente o pedido e a necessidade do mendigo. Custava tanto ajudar?
É claro que não levaremos e hospedaremos o mendigo em nossas casas... mas se há uma maneira de ajudar, é justo passar o refrigerante e negar o salgado de 2 reais?

Num viés mais geral, penso que enquanto um inferiorizar moralmente o outro, não haverá progresso em nossa sociedade. A democracia diz respeito a oportunidades iguais, e essas devem ser dadas uns aos outros, inclusive a oportunidade de se livrar dos preconceitos e estereótipos pra conhecer o 'outro':
O mendigo não é ladrão, só por passar necessidade;
O negro não é escravo, só porque a história impôs assim há séculos atrás;
O gay não se define por sua sexualidade, e sim por seu caráter;
O deficiente não é inválido, alguns trabalham muito mais que quem não tem deficiência alguma;
(...)
Todos esses são parte da sociedade, só merecem oportunidades diferentes para se igualarem.

... Quando as pessoas pensarem dessa maneira, caminharemos para a inclusão das minorias e para a extinção dos preconceitos, e assim será possível tornar ao menos um pouco efetiva a nossa democracia.

Bem,
A plena igualdade é impossível, afinal,  
ninguém é igual.
Mas também  
ninguém é superior.
e sim diferente !

-No fim das contas, o senhor se virou pra mim e pediu que eu pagasse seu salgado, e eu o fiz.
Uma ação pequena (quase nada)...  Em troca recebi um "obrigado", mais do que suficiente pra mim. =)

sábado, 22 de maio de 2010

Solução

Nada que algumas doses duplas de destiladas não resolvam, a curto prazo ao menos...
  cheers!      
                   rs
 

sábado, 1 de maio de 2010

Reflexos

Há momentos em que bebemos muito e ficamos bêbados, fato. Simples assim.

Quando tudo começa a girar, girar... Então cada um tem uma reação diferente.
Eu, no caso, depois de conversar besteiras, dançar conforme a música e passar, depois de muito tempo, do estágio 'alegre' (quando, geralmente, paro de beber), me contenho, e reflito...

Reflito na situação em que se encontra minha relação de amizade com certos amigos [procuro solucionar];
Reflito na conversa de pessoas mais bêbadas e descontroladas que eu. [Dou palpite];
Reflito no que (e quanto) estou bebendo [se gosto, bebo um pouco mais, ou me contenho];
Reflito, por alguns segundos intercalados, em nada!
Reflito no que tenho que fazer de urgente [procuro esquecer];
Reflito no relacionamento atual, se me dôo mais, ou menos; se espero mais, ou menos, ou nada, ou tudo; se deixo como está ou arrisco tentar estabilizá-lo, se devo realmente pensar nisso tudo...

Muitas reflexões... poucos reflexos...
Assim reflito, sem chegar a lugar algum.
No máximo chego a um sofá mais próximo, ou volto pra casa (de carona ou, se perto, a pé - claro!).
Bem... Talvez não valha a pena levar a sério as reflexões de quando não se está sóbrio.

Depois de certo tempo a bebida dá sono...
Vou dormir!