Tudo começou num belo dia no início de 2011, ao sair da faculdade rumo ao meu primeiro estágio, num daqueles dias ensolarados maravilhosos de Brasília . Estava no ônibus, com meu fone de ouvindo, viajando em pensamentos (literalmente).
Eu já tinha andado bisbilhotando websites de mochileiros pela internet. Até que nesse dia eu determinei que no fim do ano eu viajaria ao Cone-Sul.
Depois de quase um ano de planejamento, muitas rotas pesquisadas, dentre albergues, transportes, empresas de ônibus, trens, balsas, preços de taxi, de hospedagem, de alimentação... Enfim, depois de pesquisar muito e planejar todo um roteiro de viagem, embarquei rumo ao Uruguai com dois grandes amigos, o Beto e a Victoria.
O roteiro seria o seguinte: Saindo de Brasília, iríamos de avião a Porto Alegre depois de fazer escala em Guarulhos, e, de lá, seguiríamos a Punta del Este (simplesmente Punta del Este, "rs") de ônibus. Essa foi a opção mais barata. Depois passaríamos a Colônia del Sacramiento (UY), Montevideu (UY), atravessaríamos o Rio Prata até Buenos Aires (AR), Mar del Plata (Ar) seguiríamos para o Santiago no Chile, e Viña del Mar, na Costa Chilena do Pacífico. Tudo isso em 22 dias, como descreve o mapa:
O primeiro dia de viagem foi um pouco cansativo. Principalmente a última parte, que foram 10 horas de ônibus de Porto Alegre até Punta, e aconteceu algo um pouco desagradável no vôo: fui pegar minha mala no desembarque e reparei que tinham aberto minha mala e roubado minha câmera (que raiva!) Joguei tanta praga na webjet que pouco tempo depois ela quebrou e foi comprada pela Gol (rs).
Bem... atravessar a fronteira com o Uruguai de ônibus foi muito interessante. A arquitetura das casas, a paisagem e as pessoas já são bem diferentes do que se vê no Brasil. Porém, nada descreve o que foi chegar em Punta del Este, às 6 da manhã do dia 27 de dezembro de 2011, e me deparar com uma das paisagens mais incríveis que já vi na vida, um mar sensacional e um céu incrivelmente azul.
Chegamos na rodoviária principal da cidade e, logo ali do outro lado da rua, estava a praia, linda, com o monumento mais conhecido de Punta del Este, "La mano". Apesar da exaustão da viagem de 10 horas de ônibus, chegar na cidade com aquele visual foi um colírio para os olhos, e nos trouxe uma grande vontade de de explorar a cidade, além de muita ansiedade em relação ao que toda a viagem nos reservava.
Parecia que nada funcionava na cidade até as 9h da manhã. Chegamos às 6h, logo, tivemos que andar bastante antes de encontrar uma "panaderia" aberta. Passamos então por vários hotéis de luxo (o que não é difícil de se encontrar em Punta del Este), e ficamos surpreendidos com a "cara da riqueza" que tem aquela cidade. No centro, perto dos casinos, os taxis eram Mercedes Benz, BMW... tudo carro importado, e todos tinham cor salmão, além dos taxistas estarem de roupa social branca (mesmo naquele calor de 30 graus). A foto ao lado é de um dos casinos principais da cidade. Enfim... Muito surpreendidos pelo glamour da cidade, fomos tomar café e seguimos, então, em direção ao albergue "El viajero", onde nos hospedaríamos.
Logo no primeiro ônibus Betinho perdeu o celular dele, ou seja, menos uma câmera, uma vez que a minha tinha sido levada no aeroporto de Porto Alegre. Tinhamos, então, duas câmeras a menos. Só nos restavam o meu celular e o da Vic, porém na primeira caída no mar meu celular também se empolgou e caiu na água junto comigo, no meu bolso (que estúpido, haha). No fim das contas a única câmera que tínhamos em Punta del Este era o celular da Vic, com a bateria escassa, uma vez que o carregador dela não se adaptou às tomadas uruguaias. (Hehe, "fail" total!) Mas deu pra tirarmos muitas fotos ainda assim.
O albergue onde ficamos era simplesmente genial! Uma piscina e um bar animaram todos os momentos em que estivemos no "El Viajero". Na foto à direita está o Beto relaxando na piscina do albergue. Fizemos amigos brasileiros, argentinos e até africanos. A Mônica, a bartender do albergue, era muito gente fina. Jamais vou esquecer do "Grapamiel", um drink que ela nos fez com mel e uma bebida típica uruguaia que me deixa com água na boca só de pensar...
Pra mim, o momento que mais marcou no albergue foi "la noche del asado", como eles dizem em espanhol, onde juntamos todos os mochileiros hospedados no albergue na mesa para um churrasco farto com carnes e vinhos a céu aberto na beira da piscina. Nunca ouvi tantos diálogos em tantas línguas diferentes. Fiz amigos argentinos, mexicanos, ingleses, uruguaios... enfim, uma salada cultural espetacular. Será que sou só eu que fico tão maravilhado e emocionado com toda essa coisa de interação intercultural? Acho fantástico!
O que mais me impressionou em Punta del Este (na verdade, durante toda a minha estadia pelo Uruguai e pela Argentina) foi o fato de o Sol nascer às 6h da manhã, e se pôr lá pras 21:30. Às 7:30 da noite as pessoas ainda torravam na praia, com um sol escaldante, lindo, e ainda fomos privilegiados com um céu maravilhoso sem nenhuma (nenhuma sequer) nuvem durante todo o dia, todos os dias.
Bem... conhecemos alguns pontos turísticos de Punta del Este, e, dentre o mais conhecido, fomos à casa Pueblo, antiga casa de um artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró, que hoje abriga um museu das obras de arte do Vilaró, além de um hotel 5 estrelas. A casa Pueblo é um ponto turístico muito visitado e conhecido.
A noite de Punta é muito animada também, e o melhor de tudo é que os ônibus não param nunca! Mesmo temos chegado no início da semana, as festas e bares funcionam todos os dias no verão. Achei o máximo, e que lugar bom pra ter só gente bonita!
Punta del Este foi a primeira cidade onde paramos na viagem, e a que mais chamou a atenção por si só. Sua arquitetura, as praias, as pessoas, a riqueza e luxo da cidade... Simplesmente maravilhosa. Quem for ao Uruguai não pode deixar de ir a Punta del Este! Esta aí embaixo uma foto minha na praia em frente ao nosso albergue. Chato, não? (rs) Indescritível!